
Por
que novas orquídeas continuam ainda a serem descobertas?
Por Phillip Cribb - Royal Botanic Gardens, Kew
Uma checklist mundial de orquídeas publicada recentemente (www.rbgkew.org.uk/data/orchids)
listou quase 25.000 espécies aceitas. Novas espécies continuam
a ser adicionadas numa proporção de, mais ou menos, 200-300
por ano. Não há indícios de que a descoberta de
novas espécies esteja em declínio. As espécies
novas foram vitais para a produção de orquídea
no século passado e continuam a enriquecer a maioria de grupos
em produção. De onde todas estas novidades estão
vindo?
As orquídeas são cosmopolitas, distribuídas desde
o Círculo Ártico até ilhas ao sul da Australia,
mas a grande diversidade de espécies é encontrada nas
regiões montanhosas tropicais no velho e no novo mundo, as mais
ricas áreas são as florestas nos morros e montanhas, entre
500 e 2000m de elevação. Estas regiões ainda são
mal exploradas do ponto de vista botânico, sendo freqüentemente
inacessíveis até que sejam cortadas por estradas, facilitando
o acesso. As novas orquídeas são encontradas freqüentemente
crescendo em árvores perto destas estradas ou nos barrancos com
pouca vegetação. Elas são, normalmente, espécies
epífitas que podem também crescer na rocha onde a competição
é reduzida e os níveis de umidade ambientar são
suficientemente altos.
Quanto tempo pode ainda durar o fluxo de novas espécies? Os últimos
dos lugares selvagens do mundo estão se abrindo. As florestas
de montanha estão sob ameaça particular de corte já
que as florestas de árvores da planície estão esgotadas.
As estradas são abertas em áreas destinadas à exploração
por imigrantes, clareiras são freqüentemente abertas nas
inclinações as mais íngremes. Muitas orquídeas
estão sendo destruídas antes que os cientistas as possam
descrever. Eu antecipo que o fluxo da espécie nova continuará
por uma década ou duas mas o tempo está acabando.
As espécies novas estão evoluindo agora? A idéia
que as espécies novas de orquídea evoluem rapidamente
foi discutida por alguns especialistas da orquídea para explicar
os números de novas espécies encontradas nos Andes.
Phillip Cribb iniciou sua participação na equipe do Royal
Botanic Gardens, em Kew, em 1974. Atualmente é responsável
pelo Herbário e pelo Herbário de Orquídeas. Sua
pesquisa está centrada num projeto chamado Genera Orchidacearum
para uma nova classificação da família Orchidaceae
e sobre a taxonomia das orquídeas do mundo antigo. Já
participou de diversas expedições, especialmente às
regiões tropicais para estudar orquídeas em seus habitats.
É autor de diversas obras, mais de 350 artigos e co-editor do
Orchid Research Newsletter. É membro do Comitê de Orquídeas
da Royal Horticultural Society há mais de 20 anos e preside o
Orchid Specialist Group que publica o Orchid Conservation News.

CITES,
sua evolução e história das atitudes a seu respeito.
Por Harold Koopowitz
Eu examino o Anexo I do CITES e o lugar ocupado pela família
Orchidaceae no Anexo II. Aparentemente o CITES prejudica a proteção
das espécies in situ, erguendo barreiras burocráticas
insuperáveis. Os argumentos segundo os quais as restrições
atuais à exportação de orquídeas não
são decorrentes do CITES são examinadas. A aplicação
do CITES varia de acordo com os países e os signatários.
Os métodos para fazer evoluir as listas do CITES são sugeridas.
Uma cooperação entre os preservacionistas, os produtores
de orquídeas e CITES seria desejável para facilitar a
colocação no mercado de espécies através
de uma reprodução artificial maciça.
Harold
Koopowitz é professor de biologia da Universidade da Califórnia.
Ele coletou, cultivou e estudou orquídeas nos últimos
30 anos. Seu envolvimento se deu a diversos níveis como orquidófilo,
cientista e cultivador profissional. Ele se especializou em Paphiopedilum
e é juiz filiado ao julgamento de orquídeas da American
Orchid Society. É também um membro correspondente do Comitê
do Conservação (Conservation Committee) da Sociedade América
de Orquídeas (American Orchid Society) assim como da Comissão
Internacional de Orquídeas (International Orchid Commission).
Além disto participa da Comissão de Sobrevivência
de Espécies (Species Survival Commission) no que diz respeito
à orquídeas, para a IUCN - União Internacional
para a Conservação da Natureza (International Union for
the Conservation of Nature). Ele descreveu diversas espécies
de orquídeas do grupo conhecido como Sapatinho de Vênus
e é o editor-chefe da revista Orchid Digest.

A
evolução da orquidofilia através dos séculos
Por Norito Hasegawa - Paphanatics LTD
Sem dúvida nenhuma as orquídeas foram admiradas por séculos.
Não se pode acreditar que as pessoas de muitos países
não tenham admirado as plantas como elas cresciam e floresciam
em seus habitats. No entanto, apesar de terem sido coletadas e cultivados
com sucesso como hobby, não existem registros.
Os primeiros relatos de cultivo e crescimento artificial de orquídeas
vêm dos chineses que as chamavam de "lan". Mas, é
possível que "lan" pudesse também incluir, inicialmente,
diferentes flores, como os lírios assim como as orquídeas.
Os artistas chineses e os japoneses incluíram Cymbidiums em seus
desenhos. O samurai japonês as admirava e colecionava por causa
de sua fragrância suave, seu porte e sua variedade de folhas.
Neofinetias eram coletadas e cultivadas. Desde o simples começo
da arte de coletar e cultivar orquídeas na China e no Japão,
o mundo ocidental rapidamente recuperou o tempo perdido. Empresas comerciais,
especialmente na Inglaterra, cresceram em torno das importações
e de novas descobertas.Despesas com a coleta e com a importação
e subseqüente grandes perdas tornaram proibitivas para os orquidófilos
comuns sua compra em grande quantidade. A maior parte tornou-se ávidos
colecionadores e suas atividades incluíram indubitavelmente coisas
como prestígio, esnobismo e orgulho pela possessão de
uma planta única, espécie ou híbrido. Muitos livros
foram escritos ensinando fórmulas diferentes para a sua cultura,
incluindo cultivo em estufa e ao ar livre, dizendo o quanto era "fácil"
cultivar muitas orquídeas. O crescimento de muitas sociedades
teve sua influência na popularização deste hobby.
Hoje em dia, as orquídeas são prontamente adquiridas em
orquidários, lojas diversas e pela Internet. Para chegar a esta
fase, naturalmente, levou-se séculos para atingir a evolução
e os melhoramentos de germinação artificial, melhoramentos
do substrato, o conceito de meristema, o uso de computador no crescimento,
no marketing e na distribuição de orquídeas.

Estrelas
africanas: as orquídeas angraecóides da Africa e do Madagascar.
By Joyce Stewart - England
Atualmente, pelo menos 55 gêneros de orquídeas epífitas
em duas subtribos Angraecinae (19) e Aerangidinae (36)
(Dressler 1993). Pelo menos 48 destes gêneros, compreendendo um
total de 860 espécies ocorrem na África e Madagascar.
Em sua maior parte, as espécies são reconhecidas facilmente
e há, pelo menos, 18 gêneros monotipos e 23 gêneros
com menos de 10 espécies cada um. Existem apenas alguns gêneros
com 40 ou mais espécies e Angraecum tem mais de 220 espécies
Só tamanho não é um critério para uma delimitação
genérica, este gênero certamente, com seu porte, suas inflorescências
e suas flores muito diversificadas, deve ser revisado. Alguns outros
gêneros também mostram notáveis diferenças
entre as espécies incluindo Aeranthes, Diaphananthe, Tridactyle,
Rangaeris e Angraecopsis.
Existem atualmente, poucos ou muitos gêneros. Nós chamamos
atenção sobre os táxons onde a análise genérica
poderá trazer uma contribuição.
Joyce Stewart é botânica, cultivadora amadora de
orquídeas e viveu 22 anos na África. Desde então
ela se tornou a primeira 'Sainsbury Orchid Fellow', junto ao Royal Botanic
Gardens, Kew, e Diretora de Horticultura, Ciência e Educação
na Royal Horticultural Society. Atualmente aposentada, Joyce Stewart
participou Conferência Mundial em Dijon como presidente de WOC
Trust (tendo sido substituída ao termo de seu mandato por Peter
Furniss). Esta foi 10a. WOC que ela participou.

Cypripedium
na China
Por Dr. Holger Perner
Dentro do grupo de orquídeas conhecidas como sapatinho de Vênus,
subfamília Cypripedioideae Garay, o gênero Cypripedium
compreendendo 48 espécies é o segundo maior grupo vindo
logo após Paphiopedilum atualmente com uma expectativa
de possuir 75 espécies. Por mais 150 anos, orquídeas tropicais
do grupo dos sapatinhos, Paphiopedilum e Phragmipedium,
chamaram a atenção de cientistas e horticultores. Desde
há 10, o interesse no gênero de clima temperado, Cypripedium,
está crescendo e a completa monografia de Phillip Crib é
responsável por isto. A China é um bom começa para
introduzir este gênero pois conta com 71% das espécies
conhecidas. O maior número de espécies se encontra nas
montanhas do sudeste da China, com 25 espécies dentre as quais
20 são endêmicas desta região. Todas as seções
são, brevemente, apresentadas assim como algumas observações
sobre a ecologia, conservação e cultivo de Cypripedium.
Dr. Holger
Perner nasceu em Hamburgo, Alemanha. Ele se graduou em Biologia (com
mestrado em ecologia), em l991 e PhD (Ecologia) em l996. Até
2001, era pesquisador e editor científico do Centro Nacional
de Pesquisa da Alemanha, depois disto, trabalha na China, no Huanglong
Nature Reserve, em Sichuan.

Orquídeas
da França
Por Jean Koenig
Cerca
150 espécies de orquídeas selvagens podem ser encontradas
na França. Há 50 anos pareciam menos numerosas, mas pesquisas
levaram a um melhor conhecimento dos táxons permitindo distinguir
diversas novas espécies. Algumas crescem em áreas restritas,
outras podem ser encontradas em grande parte do País. Dezoito
espécies são muito raras e estão protegidas a nível
nacional, outras são protegidas somente em algumas regiões
administrativas devido à escassês ou precariedade de seus
biótipos naquelas regiões. O mapa das orquídeas
francesas está sendo desenvolvido há mais de vinte anos
com a ajuda do Ministério do Meio Ambiente. Este programa indica
as distribuições geográficas da espécie
na correlação com suas exigências ecológicas.
As variações identificadas em dados de distribuição
quantitativa podem sugerir as ações protetoras, imediatamente
ou no futuro. A evolução das populações
neste período apresenta modificações que podem
ser causadas por mudanças climáticas e ação
humana direta. A localização das orquídeas em aproximadamente
40 departamentos, mais de 95 no total, foi publicada e uma síntese
nacional será editada em alguns anos.
Jean Koenig
é diplomado pela Universidade de Paris XI ( DEA d’amélioration
des plantes). Engenheiro do Instituto Nacional de Pesquisas Agronômicas
(Biodiversidade e Recursos Genéticos dos Cereais), Vice Presidente
da Sociedade Francesa de Orquidofilia (SFO) e Presidente da Divisão
Auvergne da SFO.

7) As espécies do Equador e sua evolução.
Por Alexander Hirtz
Constatou-se
uma recente explosão na evolução de certos gêneros
de orquídeas no Equador, com 2.200 novas espécies descobertas
nas últimas décadas. Apenas 12% do total de 220 gêneros
são responsáveis por 90% das novas escobertas, como Benzingia,
Teaguea, Suarezia or Epibator cujas particularidades foram
discutidas assim como foi apresentação a descrição
dos habitats.

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