
Dados
moleculares e Sistemática de gêneros e espécies
de Laeliinae
by Cassio van den Berg
Com o objetivo de avaliar as alianças genéricas em
Laeliinae e relações de seletos grupos em Epidendreae,
nós reunimos uma série de dados. Embora as relações
entre Laeliinae e os grupos fossem bem embasadas, a variação
da seqüência dentro da subtribo era pequena, considerando
a ampla escala taxonômica estudada. Tanto o plastídio e
as filogenias nucleares de muitas ramificações falharam
e apenas algumas são bem embasadas. O grupo próximo de
Laeliinae a ser mostrado é Arpophyllum, Pleurothallidinae,
Ponerinae. O filogenia dentro da aliança de Cattleya
é esclarecida. Os dados do DNA permitem propor novas alianças
genéricas e redefinir a delimitação da espécie.
Cassio
van den Berg é professor da Universidade de Feira, estado da
Bahia, Brasil.
Por
que minha orquídea tem diversos nomes?
Por Gary Yong Gee & Roger Sawkins
Inicialmente, a morfologia floral era o principal critério utilizado
para a classificação. As análises do DNA sequencial
foram empregadas para mostrar as relações entre os gêneros.
Hoje em dia, os taxonomistas preferem classificar as espécies
em gêneros monofiléticos do que em parafiléticos.
Grandes
gêneros como Dendrobium, Bulbophyllum, Laelia
e Oncidium incluem muitas espécies fundamentadas
sobre a morfologia floral. A análise do DNA sequencial
mostra que numerosos gêneros são monofiléticos,
de modo que os taxonomistas decidiram re-classificar as espécies.
No entanto, as seqüências do DNA podem ser interpretadas
de diferente maneira. Disto resultou diversas alterações
nos nomes genéricos de muitas espécies cultivadas.
Recentemente autores como Mark Clements, David Jones e Dariusz Szlachetko,
assim como Mark Chase e Cassio van den Berg publicaram alterações
de um grande número de espécies. Entretanto, autores como
Stephen Hopper e Andrew Brown, as como Guy Chiron e Vitorino Castro
desafiaram algumas destas mudanças e publicaram as suas próprias.
O palestrante ilustrou muitas destas mudanças com fotografias
e discutiu as vantagens e desvantagens destas novas classificações
assim como a atitude dos cultivadores e hibridadores quando o nome algumas
espécies mudam.
Gary Yong Gee foi juiz de orquídeas por muitos anos. Possui
mais de 30.000 fotografias de espécies de orquídeas e
viajou trabalhando por diversas partes do mundo. Escreve mensalmente
para Orchid Species Bulletin e é co-autor do CD rom Orchidopedia.

Uma
diversidade de cogumelos micorrízicos sugere uma micoheterotrofia
parcial nas orquídeas clorofiladas das florestas européias
(Neottieae)
by Marc-André Selosse
As
orquídeas não clorofiladas micoheterotrifas (OMH) invertem
a relação de micorriza habitual explorando as fontes
carbonadas de seu cogumelo micorrízico. São as plantas
vizinhas que fornecem indiretamente o carbono às OMHs. Cada
espécie de OMG está muito especificamente associada
a um pequeno grupo de cogumelos ectomicorrízicos. Uma diversidade
inesperada de cogumelos simbióticos foi encontrada nas espécies
clorofiladas das florestas na tribo das Neottieae); os cogumelos
ectomicorrízicos puderam substituir os rizôstomos. Os
indivíduos verdes tem as mesmas simbioses que os albinos e
hipógeos.
Nós investigamos espécies clorofiladas das florestas
da tribo Neottieae, que inclui MHOs como Neottia nidus-avis
or Cephalanthera austiniae, e espécies com fotossíntese
como no gênero Limodorum, Epipactis e Cephalanthera.
Limodorum abortivum é bastante associado às Russulaceae,
mas pode possuir ascomicetas adicionais; Adicionalmente, experiências
de fotossíntese sugeriram que esta orquídea embora fotossintética
precisa do fluxo de carbono dos fungos. Também estudamos a
diversidade simbiótica de três espécies Epipactis
e duas Cephalanthera de populações européias,
incluindo diversas aclorofiladas e indivíduos subterrâneos.
Uma inesperada diversidade de fungos foi encontrada incluindo vários
basidiomicetas como Sebacinaceae, Thelephoraceae, Russulaceae…
Assim como Ascomicetas pertencentes a Helotiales, Pezizaceae
(e.g. truffles – Tuber sp.).
Marc-André
Selosse é Engenheiro Rural, de Águas e Florestas. Atualmente,
Mestre de Conferências na Universidade de Paris VI e dirige
a pesquisa "Systématique, Adaptation et Evolution"
(Sistemática, Adaptação e Evolução),
no Museu de História Natural.

Os movimentos
das flores e sexualidade nas orquídeas.
Por Albert Roguenant
O conceito de resupinação das flores das orquídeas
num ângulo de 180º parece obsoleto. Nós observamos
que: – o labelo se orienta para baixo ou para cima – O plano
de simetria se orienta na vertical – O plano da flor se orienta
tangencialmente à inflorescência. Nossas observações
nos levam a propor a seguinte terminologia: os movimentos de orientação
da flor, em seu conjunto, correspondem a uma rotação:
– a flor tendo seu labelo orientado para o alto é considerada
epigira – no caso oposto, ela é considerada hipogira. Este
fenômeno é encontrado, provavelmente, em outras famílias
de plantas com flores zigomorfas.
Nós observamos diversos tipos de movimentos que os autores não
citam. Nos mostramos que a rotação em ângulo de
180º é apenas um caso particular.
Nós
registramos diversos movimentos levando a flor para uma determinada
orientação :
- movimentos de grande amplitude:
- torsão do pedicelo e/ou do ovário;
- curvatura do pedicelo e/ou do ovário;
- movimentos complementares de amplitude fraca;
- diferentes movimentos de calagem da flor com o objetivo de levá-la
a uma posição otimal em função de 1) vertical
e 2) da inflorescência.
Albert Roguenant é especialista em
Lépidoptères de France tendo estudado também
as Tillandsia (Broméliacées). Atualmente trabalha
sobre a biologia floral de Orchidaceae e publicou recentemente,
como co-autor, um livro sobre a polinização desta família.

Espécies
e filogenia nas orquídeas
Por Daniel PRAT
O número de espécies descritas aumenta há muitas
décadas. Os híbridos são observados entre táxons
caracterizados pelos critérios morfológicos como espécies.
Isto significa provavelmente as categorias atribuídas a estes
táxons não refletem suas relações e devem
ser reconsideradas. Com as abordagens filogenéticas, as relações
genéticas entre os táxons são estabelecidas. A
proximidade genética dos táxons não indica que
eles pertencem ou não a uma mesma espécie. O conceito
de espécie para as plantas tem diversas definições
(Judd et al., 1999); o isolamento genético de espécies
continua como sendo um conceito adequado. O desenvolvimento da genética
deve ajudar aos botânicos em descrever táxons dentro das
categorias adequadas. Muitos estudos recentes trabalham com filogenia.
Com a abordagem filogênica, relações genéticas
entre os táxons são estabelecidas, mais ou menos precisamente,
de acordo com o grupo de táxons e como os marcadores genéticos
utilizados. Como a radição de alguns gêneros como
Ophrys, Epipactis, ocorreu recentemente, poucas mudanças genéticas
podem ser encontradas nas seqüências usadas para os estudos
filogenéticos (Pridgeon et al., 1997; Soliva et al., 2001; Bernadinos
et al, 2004). A proximidade genética de táxons não
significa que pertençam às mesmas espécies. O isolamento
genético de táxon precisa ser considerado. As relações
entre Ophrys gressivaudanica e o táxon próximo
Orchis fuciflora foram apresentados. Conclusões das interações
entre considerações filogenéticas e sistemáticas
foram ilustradas.
Professor Daniel PRAT é Diretor da EA 3731 Genoma e Evolução
das Plantas Superiores, da Universidade Claude Bernard – Lyon
1 (França). Presidente da Comissão Científica da
Société Française d’Orchidophilie (SFO).

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