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Híbridos
de Cattleya vindos do Extremo Oriente
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Munekazu
Ejiri graduou-se
pela Universidade de Agricultura de Tóquio e trabalha,
desde l986, no Suwada Orchid Nursery.
É juíz de orquídeas, membro da Associação
Japonese de Cultivadores Profissionais de Orquídeas (JOGA)
e além de presidente do Comite de Relações
Públicas da JOGA.
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ON:
Como é o mercado japonês de orquídeas, tanto para
plantas envasadas como para flores de corte?
ME: Ambos os mercados estão em crescimento.
Mas o preço de plantas envasadas estão caindo muito em
função da oferta. Apenas os cultivadores de qualidade
“top” conseguem um bom preço no mercado mas a maior
parte não. Eu não estou a par do mercado de flores de
corte mas a maior parte vem de além mar, como Dendrobium phalaenopsis
do sudeste da Ásia. Na minha opinião, os preços
de mercado não estão muito bons, neste momento, no Japão
por causa do excesso de produtos e também pelo desaquecimento
da economia.
ON: Como e quando começou o cultivo e a produção
de híbridos de Cattleya no Japão?
ME: Acredito que tenha começado a 100 anos
atrás tendo se tornado popular a partir de 30 atrás.
ON: O Japão tem uma grande produção de novos híbridos?
ME: Sim, nós fazemos muitos híbridos
novos. Não somente em nosso orquidário mas muitos outros
produzem diferentes tipos de híbridos de orquídeas. Você
encontra coisas novas o tempo todo.
ON: Como e quando vocês começaram o o cultivo e a produção
de híbridos de Cattleya?
ME: Há 60 anos atrás, meu avô
e meu pai iniciaram o orquidário como produtores de flores de
corte. Naquela época, logo após a 2a. Guerra Mundial,
as forças armadas americanas estavam no Japão e precisavam
de flores de Cattleya para as festas e também para pequenos buquês.
A produção de Cattleya começou a mais ou
menos 30 anos atrás ainda no tempo de meu pai. O início
foi lento mas como conseguimos algo novo e flores diferentes comparando
com as dos outros cultivadores e as pessoas começaram a comprar
nossos híbridos.
ON: Vocês tem uma grande produção de novos híbridos?
ME: Não, nossa produção é
pequena. Nosso orquidário é um dos mais antigos do Japão
mas não é grande. Nós cultivamos diferentes tipos
de Cattleya mas um número pequeno de plantas de cada um.
Quando produzimos fazemos mericlones de nossas plantas, só fazemos
300. Colecionador não gosta de produção em massa.
Assim fazemos um número limitado de plantas e vendemos por um
preço elevado. Algumas pessoas não gostam de nosso preço
mas ele satisfaz a maior parte de nossos clientes. A cada ano, fazemos
novas reproduções e, aproximadamente 30-50 cruzamento.
O espaço é limitado no Japão, não é
como no Brasil.
ON: Qual é a tendência destas plantas? Aparentemente, para
a Cattleya, vocês preferem plantas de pequeno e de médio
porte?
Sim, um tamanho médio de Catt é
a tendência. Poucas pessoas têm espaço suficiente
para cultivarem orquídeas em casa, assim, plantas muito grandes
se tornam difíceis para a venda. Conseqüentemente muitos
de nossos novos cruzamentos são de tamanho médio. Mini
é bom mas muito pequeno. Colecionadores gostam de plantas micro
mas não o público de uma maneira geral. No entanto, se
é de tamanho médio, agrada tanto ao colecionador quanto
ao público em geral gostam o que quer dizer que as vendas aumentam.
ON: Quais são os mais conhecidos e premiados híbridos
produzidos no Japão?
ME: Você quer dizer de nossos produtos?
Se for, Lc.Tropical Pointer 'Cheetah', Pot.Tokyo Bay 'Victory',
Slc.World Vacation 'Sunset Cruise', Slc. Misty Girl 'Autumn
Symphony' são os mais conhecidos.
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Lc
.Tropical Pointer 'Cheetah'
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Pot.
Tokyo Bay 'Victory'
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Slc.
World Vacation 'Sunset Cruise'
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Slc.
Misty Girl 'Autumn Symphony'
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ON: Em sua palestra, o senhor disse que a produção em
massa vai matar o mercado de colecionadores. Poderia nos dizer o que
o leva a pensar assim?
ME: Por causa do hobby, você precisa pensar
sobre o que significa Hobby. Hobby quer dizer:
1) colecionar alguma coisa de diferente;
2) colecionar alguma coisa diferente daquela de seus amigos;
3) ter alguma coisa para se desejar muito, para sonhar com ela etc...
A produção em massa se encaixa neste perfil? Eu acho que
não.
Se é uma produção em massa,
1) qualquer um pode comprar;
2) todos têm a mesma flor;
3) não há sonho na produção em massa etc...
A orquídea precisa ser alguma coisa de prestígio. Produção
em massa de Phalaenopsis, Cymbidium, Dendrobium nobile pode ser
legal. São flores para presente não para colecionadores.
Estes tipos de orquídeas mostram como a produção
em massa acaba com parte do mercado de orquidófilos.
ON: O senhor gostaria de acrescentar alguma coisa?
ME: Falar sobre o
“top” da qualidade de orquídeas no mundo. Orquídea
está ligada ao mundo do dinheiro. Onde ele está, a orquídea
vai junto. Depois do início na Inglaterra, foi para o USA, após
2ª. Guerra Mundial porque este país se tornou o líder
mundial no lugar da Inglaterra. Há 15 anos, quando o Japão
tinha dinheiro, as boas orquídeas foram para o Japão e
ainda estão lá. Eu não tenho a menor idéia
de qual será o próximo. O Brasil talvez. As orquídeas
seguem o mundo do dinheiro, na minha opinião.
ON: Muito obrigada, Munekazu Ejiri.
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Lc.
Little Oliver Tomoko
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Lc.
Tropical Song Hawaiian
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Lc.
Tropical Rainbow Scarlet
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Lc.
Tropical Sunset Ocean Heaven
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Lc.
Mini Song Petite
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Fotos de Munekazu
Ejiri
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