
Adamantinia miltonioides
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A
Descoberta de Espécies de Orquídeas
Uma entrevista
com Dr. Phillip Cribb
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ON: Dr. Phillip Cribb, o assunto de sua palestra inaugural em Dijon
abordou a descoberta de espécies de orquídeas. Nós
ficamos sempre surpresos com o elevado número de espécies
que estão sendo descobertas. Como isto pode ser possível?
PC: As florestas tropicais onde a maior parte
das orquídeas cresce estão sendo rapidamente depauperadas.
Viajar também é mais fácil. As novas estradas dão
acesso a novas áreas assim novas espécies são descobertas.
Isto sugere que muitas orquídeas são restritas a seus
raios de ação e habitat. A natureza epífita de
muitas espécies ajuda também no sentido que elas não
são notadas durante as pesquisas, até mesmo pelos especialistas.
ON: O senhor
falou que o número de novas espécies pode atingir 500
por ano e que a média seria de 280. Nestes dados, qual é
o número de novos gêneros?
PC: A média de novas espécies descritas
cada ano, nestes últimos 20 anos é de 280 mas esta taxa
varia de 180 até perto de 500. Cerca de 10 gêneros são
estabelecidos por ano, alguns genuinamente novos, outros em conseqüência
de divisões de gêneros maiores.
ON: A maior parte
é de orquídeas endêmicas?
PC: Muitas são, outras não estão
ainda definidas.
ON: Em geral,
são plantas de flores pequenas ou de flores maiores, mais vistosas?
PC: Naturalmente, as espécies mais vistosas
são mais conhecidas mas novidades vistosas são descritas
cada ano especialmente nos Andes.
O novo gênero baiano Adamantinia(*) é muito vistoso.
ON: Em quais
regiões, a maior parte das novas orquídeas são
encontradas?
PC: Os Andes, na América do Sul, está
no topo da lista, seguidos da América Central, Sudeste da Ásia
e Madagascar.
ON: Entre estas
novas espécies, existem aquelas que já são conhecidas
com outro nome?
PC: Não, eu só estou falando de
novas espécies, existem igualmente muitos novos nomes, resultado
da reclassificação em novos gêneros.
ON: Qual é
o número de espécies e gêneros de orquídeas
aceitos atualmente? Quem foi o responsável por este estudo e
onde foi publicado?
PC: O número de novas espécies e
gêneros pode ser encontrado no Monocot Checklist no site de Kew.
Este trabalho foi compilado or Rafael Govaerts em Kew. O número
atual de espécies é pouco mesmo de 25.000 distribuído
em 900 gêneros.
ON: O senhor
diria que a região situada no norte dos Andes, na América
do Sul (Peru, Colômbia, Equador e Venezuela) com suas 6437 species
é a região mais rica do mundo?
PC: Sim.
ON: Em sua palestra,
o senhor mencionou o trabalho de Frodin (2004) e o senhor deu alguns
exemplos de números de espécies. O senhor disse que
Bulbophyllum tem 1806 espécies. Em sua opinion, este gênero
deveria ser dividido? O senhor concorda que Cirrhopetalum é
uma seção dentro dele ou o senhor o considera como um
outro um outro gênero?
PC: Atualmente, Cirrhopetalum está
incluído em Bulbophyllum. Barbara Gravendeel (Rijksherbarium,
Leiden) e sua equipe estão fazendo intensos estudos baseados
no DNA sobre Bulbophyllum e sua aliança. Quando ele estiver
publicado, nós teremos uma idéia melhor da delimitação
genérica nesta subtribo.
ON: O senhor
gostaria de acrescentar alguma coisa?
PC: A
nova classificação de orquídeas por Pridgeon et
al. está sendo publicada em seis volumes por Oxford University
Press. Três volumes já foram publicados, o volume 4 está
no prelo e os volumes 5 e 6 estão em preparação
e devem estar concluídos em 2007.
ON: Muito obrigada,
Phillip
Cribb.
(*) O autor está
se referindo ao novo gênero descritopor Van den Berg & C.
N. Gonçalves e publicado em Orchid Digest tendo como espécie-tipo
Adamantinia miltonioides.
Foto de Cássio
Van den Berg
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