|
IMPRESSÕES
DA 18A. CONFERÊNCIA MUNDIAL DE ORQUÍDEAS EM DIJON
|
|
|
Por
Harry Zelenko
|
|
Harry
Zelenko
nasceu na cidade de Nova Yorque. Há seis anos atrás,
ele se mudou daquela cidade para Quito, no Equador onde pinta,
ilustra, escreve e cultiva mais de 6.000 orquídeas.
Tem participado como palestrante e expondo seus trabalhos tanto
a nível nacional como internacional e vem recebendo prêmios
por seus trabalhos artísticos.
Após trinta anos pintando Oncidium, ele fez o lay-out
e publicou a primeira edição de "The Pictorial
Encyclopedia of Oncidium" e sete anos depois, ele
publicou a segunda edição revisada com mais de 850
pinturas de plantas e flores. Durante a 18a. WOC, ele apresentou
uma palestra ("The Oncidium alliance with an emphasis
on Caucaea") e expôs pinturas do livro.
|
|
 |
Fazia
frio na França! Dez graus abaixo de zero é realmente frio.
Chegamos a Paris com uma temperatura de congelar, três dias antes
da abertura da Conferência e da Exposição em 11
de Março e, como fomos informados sobre o frio excepcional na
Europa, nós levamos sobretudos e roupas adequadas. Depois da
abertura do evento, na maior parte do tempo, estava ensolarado e claro.
Orquídeas foram enviadas do mundo inteiro e sempre corriam o
risco de serem deixadas num armazém de desembarque numa temperatura
abaixo de zero. Felizmente, este não foi um dos problemas dos
exibidores.
A exposição de orquídeas foi em feita em conjunto
com uma outra exposição de plantas e flores, Florissimo,
que tinha uma enorme área com estandes de orquídeas. A
exposição de orquídeas era um show magnífico
de muitos, muitos gêneros e híbridos. O estande ganhador,
apresentado por Lecoufle, era bonito tendo como principal peça
decorativa as pinturas de orquídeas à óleo feitas
no século passado pela avó de Philippe LeCoufle. As pinturas
eram circundadas por uma quantidade de híbridos e espécies
floridas. Mais elegante era o surpreendente e colorido estande de orquídeas
tropicais apresentado por Singapura com vandas e outras plantas com
silhuetas desenhadas que se sobressaiam brilhantemente contra uma coluna
preta; o estande inteiro era rodeado por uma grinalda de centenas de
dendrobiums, oncidiums e outras orquídeas. O enorme estande da
Holanda apresentou flores num uma incrível palheta de cores e
foram emprestadas pelos excelentes orquidários daquele país.
Da Dinamarca, vieram as maiores e melhores espécimes. A Alemanha
teve sua porção de orquídeas laureadas com um estande
recebendo muitos prêmios. O Jardim do Luxembourg apresentou orquídeas
vigorosas e notáveis. E muitos, muitos outros países apresentaram
orquídeas em vasos ou instaladas, belíssimos espécimes,
assim como belas flores cortadas. Só existe uma palavra para
descrever a exposição: Assombrosa! Pelo menos 200.000
visitantes vieram ao imenso salão.
O julgamento foi dividido em muitas categorias, talvez excessivamente.
Por exemplo, Oncidium, Miltonia e Odontoglossum
foram divididos em três grupos que se sobrepunham, o que trouxe
muitos problemas para os juízes, especialmente quando havia híbridos
misturados. Talvez um grande grupo de julgamento Oncidium (combinando
especialistas nos três grupos) teria simplificado o assunto.
A parte informativa da conferência foi bem variada. Havia muito
a aprender dos muitos pesquisadores embora alguns conteúdos fossem
controversos. Material ilustrativo era apresentado em CDs com Powerpoint,
uma inovação evitando que slides se prendessem e prevenindo
o inconveniente da espera com a troca de carretel. Em geral, a exposição
foi bastante bem organizada e Vinciane e Marc Dumont estavam presentes
e disponíveis o tempo todo para resolver os problemas que apareciam.
Os eventos noturnos, como esperado, eram soberbos... somente os franceses
podem fazer isto!!
Alguns exibidores e vendedores sofreram grandes problemas. Eles trouxeram
espécies e híbridos de vários países e o
que eles despacharam ou estavam atrasados ou tinham problema com a alfândega
francesa e com as autoridades de agricultura. Isto significou que estes
cultivadores não puderam exibir ou vender suas plantas. Um cultivador
do Peru, com plantas e frascos, estava com problemas até o última
dia de venda, não pode montar o estande exibindo as flores de
seu País. Uma pessoa de Madagascar não chegou a conseguir
autorização para a entrada de suas plantas. No quarto
dia do show, algumas plantas do Brasil foram finalmente liberadas para
a venda pelas autoridades. Havia um grande cultivador de Bogotá,
Colômbia que levou 2.800 plantas cuja Acineta ganhou o
melhor prêmio da Exposição de Quito no último
ano. Seu CITES e certificado fitossantário foram, de alguma maneira,
enviados via Moscou, suas plantas ficaram retidas em Paris e nunca chegaram
em Dijon para a exposição! Os vendedores das Filipinas
foram autorizados a vender por um dia mas depois seu estande de venda
ficou fechado até o fim. E havia outros que levaram espécies
e que tiveram problema similar. Para este escritor, parecia que a maior
parte dos vendedores eram objetos de um tratamento especial por parte
das autoridades francesas. Deprimente. Injusto. Eu acho que é
muito estranho que mais de seis cultivadores vindos do mundo todo não
puderam entrar na França com as suas espécies de orquídeas,
exibi-las e vendê-las e que alguns tenham conseguido recebê-las
apenas no último dia da Conferência. Vive la France!
Havia uma exposição de arte com pinturas de orquídeas
com magníficos trabalhos de Angela Mirro, Linda Walsh Petchnick,
Carol Woodin, e deste escritor, todos os Estados Unidos, Sylvia Strigari
da Italy e França, e Hemlata Pradham da Índia. A soberba
pintura de Carol Woodin para o pôster da Conferência, um
tucano com uma Lycaste ganhou a medalha de ouro.
Chega (por enquanto) de orquídeas e exposição…
havia a comida mas isto tomaria muito espaço para ser apropriadamente
comentado. Este escritor voltou para casa tendo apreciado a cozinha
francesa e ganho alguns quilos.
Na cerimônia de encerramento, houve uma troca de guarda, com Joyce
Stewart passando seu bastão para Pete Furness. O ponto alto da
cerimônia era o anúncio da escolha pelo comitê do
local da WOC seguinte àquele em Miami que ocorrerá daqui
a três anos. Os três competidores eram Taiwan, África
do Sul e Singapura. A escolha recaiu sobre Singapura daqui a seis anos.
Acima de tudo foi a viagem mais interessante, valeu a pena a longa duração
da viagem de Dijon até o Equador e valeu a pena o sofrimento
de um inverno frio e tardio.
|
Expressamente
proibido qualquer tipo de uso, de qualquer material deste site
(texto, fotos, imagens, lay-out e outros), sem a expressa autorização
de seus autores.
|

|