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AS SOCIEDADES ORQUIDÓFILAS - AOSP
AOSP – ASSOCIAÇÃO ORQUIDÓFILA DE SÃO PAULO Por Lúcia Midori Morimoto
Publicou 4 livros, 18 boletins, 38 revistas, livretos de cultivos a cada exposição. É uma entidade bem ativa e conta com um valioso quadro de associados, não em número, mas em dedicação e espírito voluntário que é passado a cada novo membro que chega. Bem, vamos a um pouco de história. Nos idos da década de 1950 e 60, alguns japoneses frequentavam as reuniões do CPO e da SOB, associações cujos membros eram em sua maioria empresários influentes à época. Sendo a maioria dos japoneses imigrantes e de origem humilde, encontravam alguns problemas como a barreira da língua e a discriminação. Mesmo assim frequentavam as reuniões na esperança de ampliar seus conhecimentos com as orquídeas. Até que em determinado momento resolveram sair e começaram a se reunir na casa de um dos membros, no caso o Sr. Futao Inoue, que mais tarde viria a ser o primeiro presidente. Em sua residência se reuniam cerca de 40 orquidófilos ávidos por conhecer e estudar as orquídeas e o idioma praticado era o japonês.
Na década de 1970, a AOSP teve seu segundo presidente, Sr. Ienori Nakao, que assumiu quando o primeiro teve que retornar ao Japão. Mas em 1977 devido a problemas de saúde passou a presidência para Jorge Kawasaki que só deixou o cargo em 2002. Foi uma gestão bastante longeva onde idealizou e realizou muitos feitos!
Também fez com que nossas exposições tivessem um ar requintado, organizando bem o espaço de vendas e distribuindo gratuitamente o livreto “Noções Básicas de Cultivo de Orquídeas” que era editado a cada exposição, sempre com um tema inédito. Em 1997 ingressei na AOSP a convite do Sumio Nakashima que era vice-presidente. Na primeira reunião que participei achei algo diferente, para não dizer estranho... A reunião foi toda em língua japonesa! Saí da reunião pensando que por algum motivo naquele dia tinha sido em japonês. Na reunião seguinte, novamente! Resolvi perguntar porque não era em português. A resposta foi de que era em respeito aos fundadores e a história da AOSP. Achei estranho mas entendi. Na eleição daquele ano me deram o cargo de relações públicas. Não fazia ideia qual era meu papel, mas aos poucos aprendi a dar entrevista para rádio e até ir a TV para falar sobre orquídeas e divulgar as exposições. Não foi fácil. Em 2002, depois de algumas ameaças do Kawasaki deixar o cargo, me elegeram para o seu lugar. Relutei, neguei, mas não teve jeito! Acabei aceitando sob uma condição! De que não iria conduzir as reuniões em japonês e sim em português! Acabaram aceitando e assim é até hoje. De lá pra cá muitos associados vieram. A maioria não são de origem japonesa, Inclusive muitos veteranos que participavam de outras associações passaram a frequentar nossas reuniões. A barreira da língua não existia mais.
Passados esses anos todos, muitas coisas mudaram. Veio a Pandemia, paralização das atividades como reuniões, exposições. Enfim, sem atividades, sem receitas. Decidimos devolver a sala que alugávamos para a realização das reuniões com a intenção de reduzir os custos fixos. Enxugamos bem nossas contas e continuamos firmes e fortes reunindo mensalmente em locais abertos como orquidários e parceiros, agregando conhecimento através de palestras, além de desfrutarmos o bate papo em período integral ao invés de algumas horas como era no formato anterior. Estamos todos nos divertindo, gastando menos e com energia revigorada para continuarmos a realizar as exposições.
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